A propósito da crise que vive o Corinthians, que não consegue vencer há três jogos e, pior, tomou de 5 do Santos, lembrei-me de outra palavra que marcou época em minha vida.
Em 1968, morava no Ipiranga, em São Paulo, na Rua Xavier Curado. Nesse ano, completavam-se 11 anos e 22 partidas que o Corinthians não vencia o Santos. Dizia-se então que era preciso quebrar esse tabu da invencibilidade.
Não se falava de outra coisa naqueles dias. O Santos tinha Pelé. E esse era o nome do problema. Ou melhor, esse era o nome do tabu! Como vencer o rei?
A definição de tabu no Aurélio é muito extensa, mas, resumindo-se, tem-se a ideia de que o termo tem a ver com tudo aquilo que é proibido, perigoso… Aqueles onze anos tinham um sabor de proibido, de maldição — por isso, a necessidade de quebra.
No dia 6, de março, quarta-feira, no Estádio Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu, o tabu foi quebrado. O Corinthians, finalmente, venceu o Santos: 2 x 0. O site www.todopoderosotimao.com conta:
“No segundo tempo, o Corinthians começa pressionando e Rivelino chuta uma bola na trave. Logo depois, aos 13 minutos, Paulo Borges faz 1 a 0, após uma tabela com Flávio. Melhor em campo, o Timão segue firme em busca do objetivo. Aos 31 minutos, Rivelino lança Flávio, que aproveita a chance e aumenta: 2 a 0. Depois disso, o time só esperou o juiz encerrar para poder comemorar. Fim do tabu. A torcida invadiu o campo e carregou os heróis como se eles tivessem conquistado um título, gritando e cantando: ‘Com Pelé, com Edu, nós quebramos o tabu’”.
Foto: Ivan Pagliarani
Amorim Leite