Antônio Ermírio de Moraes. Acabei de ler Antônio Ermírio de Moraes — Memórias de um diário confidencial, de José Pastore (Editora Planeta do Brasil). Como se depreende do título, trata-se de uma obra biográfica, “uma coleção de memórias que relata meu convívio com ele [Antônio Ermírio] durante 35 anos de boa amizade”, explica o autor no capítulo introdutório. “Sou feliz por ter desfrutado de uma grande intimidade com ele.”
Pastore descreve com detalhes diversas áreas do empresário: formação, personalidade e jeito de ser, atuação como líder influente, participação na política brasileira, obras no campo social, incursão no terreno do teatro e permanência na mídia e no cotidiano brasileiro. Tocou muito em seus “valores e princípios, relatando passagens interessantes e até pitorescas de sua vida”.
Alguns dos inúmeros relatos interessantes reproduzo abaixo:
— Sempre que um político me pede para financiar alguma coisa, por exemplo, a construção de uma escola, peço para me trazer o projeto. Primeiro confiro sua finalidade, depois entrego-o aos técnicos da minha equipe. Eles examinam todos os detalhes e contratam uma empreiteira que constrói a escola por um terço dos recursos que o político solicitou. Quando a obra fica pronta, deixo-o “faturar” a iniciativa.
……
— Governar não é dar ordens, e sim fiscalizar, cobrar, acompanhar e fazer acontecer. Se eu fosse só dar ordens em minhas empresas, poderia entrar na Votorantim às 7 h e sair às 7h30…
……
— Se eu posso fazer isso na iniciativa privada, já imaginou quanto ganharemos em eficiência se fizermos no governo?
Conheci Antônio Ermírio de Moraes pessoalmente. Em várias formaturas apresentadas por mim, ele foi patrono. Era muito engraçado vê-lo curvado sobre a tribuna do Anhembi discursando para seus afilhados de administração ou engenharia. Não me lembro de estar com algum papel nas mãos. Sempre citava números e mais números para comprovar o que dizia — aliás, sua memória e conhecimento são muito destacadas por Pastore.
Na sala VIP, antes de se iniciar a formatura, Antônio conversava com todo mundo, sempre com muita simpatia. Como mestre de cerimônias, eu só observava. Certo dia, saindo do Anhembi, após mais um evento de formatura, senti meu braço ser puxado por alguém. Ao olhar para trás, meus olhos foram acompanhando o corpanzil até me dar conta de que quem me puxou era Antônio Ermírio. Fiquei surpreso por duas razões: primeiro, por ele não ser um homenageado; segundo, por ele me reconhecer como apresentador. Perguntei-lhe porque não foi à sala VIP e ele disse: “Hoje, vim prestigiar um formando, filho de um amigo meu. Meu lugar era no auditório”. E na sequência teceu breves elogios ao meu trabalho. Despedimo-nos ali.
Voltando ao livro… Segundo Pastore, Antônio tinha um lema e o repetia inúmeras vezes: “A arrogância é a pior herança para se deixar a um filho. Depois da arrogância, as piores doenças são a indolência e a preguiça”.
Ao se “despedir” dos leitores, o autor diz no último capítulo: “Se, de um lado, carrego na alma a tristeza de testemunhar hoje em dia o precário estado de saúde de Antônio Ermírio de Moraes, de outro, guardo a alegria de ter podido relatar neste livro um pouco do que anotei das boas lembranças de um longo convívio com um ser humano que, como todos nós, teve virtudes e defeitos. Mas uma coisa é certa: ele sempre amou o Brasil, continua amando, e será eternamente lembrado como um grande brasileiro”.
Há alguns anos, Antônio foi acometido de uma doença que o impediu de andar. Na sequência, outra doença, o mal de Alzheimer, juntou-se à primeira para aniquilar o dinamismo e a criatividade de um homem inteligente, permanentemente animado e que sempre pediu a Deus para que o mantivesse trabalhando até os últimos dias de sua vida. Amorim Leite
Amorim,
Não conseguia acreditar que era você mesmo naquela formatura do colégio Jardim São Paulo, no sábado passado !
Inicialmente, houve uma mistura de sentimentos pela lembrança que a sua presença naquele lugar, para falar diante de todas as pessoas ali presentes sobre a conquista de jovens adolescentes, com imensos e incontáveis sonhos a buscar e realizar …
Recordei-me daquela noite no Credicard Hall em que, após uma bela discussão com a diretora da minha faculdade (Direito São Bernardo do Campo), na qual me impus a alguém (racionalmente) mais importante do que eu. Alguém que – não pelo respeito (pois ela não respeitou o momento em que eu liderava 250 pessoas prestes a experimentar um dos momentos mais lindos de nossa vida acadêmica), mas sim pela hierarquia eu jamais poderia questionar !
Decidi que a entrada daqueles que comporiam a mesa continuaria sendo pelo nome e não simplesmente como pelo ” toque de uma boiada “. Logo em seguida veio você, aproximando-se para me questionar algo que de fato não me recordo e para parabenizar sobre a postura na situação ! (rs)
Aí Amorim, com todo esse passado acima relatado, fui capaz de falar para você não ficar bravo, pois a festa que faríamos assim que anunciasse o Thiago não afetaria a festa, pois ele era o último !!! Insolente, não achou ??!!! hahahahah
De qualquer forma, nossa bagunça rendeu o seu sorriso, então valeu a pena !!
Parabéns por mais uma cerimônia linda !! Obrigada por tudo aquilo que você oferece à nós – meros espectadores !
Abraços Mariana